quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Quando devo trocar de equipamento?


A pergunta mais comum nas primeiras aulas é justamente essa, quando aquela câmera já não serve mais para desempenhar o serviço ou ainda o momento certo para passá-la adiante sem perder tanto dinheiro.
Por Cleber Medeiros



Certa vez, Tio Expedito, um conhecido fotógrafo de aniversários infantis em Brasília, cansado do ar de superioridade dos fotógrafos de jornais durante os eventos (filho de socialite também é celebridade), resolveu trocar suas Nikon D100 (eram quase atuais na época) por Canons 5D e 1D acompanhadas pelas maravilhosas lentes brancas da marca. O notório ganho qualitativo custou na época o equivalente à reforma de sua casa e mais um carro. Pouco tempo depois, ele percebeu que para seu cliente não fazia a menor diferença o resultado obtido com as velhas Nikon ou com as então modernas Canon, que ele poderia ter atualizado seu equipamento e investido melhor o dinheiro excedente comprando melhores lentes e atualizando a câmera anualmente, mas ainda na categoria semiprofissional.

As grandes lojas que produzem photobooks já descobriram isso há muito tempo: geralmente seus estúdios estão munidos apenas das reflex de entrada das principais marcas, como as Rebel da Canon e D3100 da Nikon, todas apenas com as lentes básicas 18-55mm. O importante para o cliente nesses casos é o resultado plasticamente agradável.


Ao contrário dos fotógrafos de eventos, os fotógrafos publicitários precisam estar sempre atualizados, com o máximo de megapixels possível, e a primeira aquisição da maioria é uma ou mais lentes claras, f/2.8 ou mais claras, estas sim um grande investimento. É comum, ao fazerem a cotação de fotos de alguma campanha, as agências de publicidade exigirem uma resolução mínima e essa resolução aumentar a cada dia. O fotógrafo de eventos que está de olho no mercado publicitário deve optar pelos equipamentos top, sendo praticamente um pré-requisito para fotografar campanhas publicitárias.

Depreciação X custo de atualização


Todo equipamento ao sair da loja sofre uma depreciação de cerca de 10 a 15% em relação ao preço de mercado. As câmeras, além dessa depreciação, continuam desvalorizando 30% a cada ano, ou seja, uma câmera comprada por R$ 5 mil, após três anos de uso, valerá cerca de 1,5 a 2 mil caso esteja muito conservada. Considerando esses dados, podemos concluir que câmeras não devem ser consideradas um investimento, devendo ser utilizadas durante aproximadamente um ano e substituídas enquanto ainda estão em linha de produção ou logo que anunciem um novo modelo (esse é um dos principais fatores de estabilidade no preço das câmeras usadas, o fato de elas ainda estarem sendo fabricadas). Objetivas e flashes costumam ter apenas a desvalorização de 30% no primeiro ano e depois têm seus valores estabilizados (menos quando saem de linha). A frase “vão-se as câmeras, ficam as lentes” deveria ser a mais falada entre os profissionais da área que não desejam perder tanto dinheiro com a compra e venda de seus equipamentos de trabalho.






Comprar equipamentos no Brasil ou no exterior: vantagens e desvantagens

Com a lei de declaração alfandegária mais amistosa, muita gente está aproveitando para viajar e adquirir seus equipamentos fora, considerando que agora está permitido trazer uma câmera e um celular fora da cota de US$500, desde que comprovadamente tenha sido utilizada para fotografar durante a viagem (nada de trazer uma câmera novinha, com caixa, toda embalada – tudo isso é prenúncio de tributação. Faça muitas fotos “turísticas” antes de voltar).

Uma câmera comprada no exterior por US$ 1.500 (cerca de R$ 2.550) custa praticamente o dobro no Brasil. Essa mesma câmera após um ano de uso poderá ser facilmente vendida acima de R$ 3 mil, permitindo assim atualização a custo zero (até sobra algum dinheiro para cartões de memória), desde que a máquina nova seja comprada no exterior.

Empresas norte-americanas como as conhecidas BH (www.bhphotovideo.com), Adorama (www.adorama.com) e Electric Avenue (www.electricavenuez.com) são endereços cada vez mais frequentados pelos brasileiros, tanto in loco quanto na Internet, mas infelizmente nenhuma delas está enviando para o Brasil sem as taxas de importação inclusas ou por conta e risco do comprador. Caso o fotógrafo não vá aos EUA para fazer suas compras, se torna mais atraente comprar aqui mesmo no Brasil, nas boas lojas do ramo.

A nova-iorquina BH é a mais famosa delas (tendo inclusive opção de site e atendimento telefônico em português). Também em Nova York, a Adorama já teve atendimento em português e enviava para o Brasil até alguns anos atrás, mas infelizmente essa linha se tornou indisponível, sendo outra opção interessante apenas para os brasileiros em visita por aquelas bandas. A Electric Avenue fica em Miami, praticamente no quintal dos brasileiros, pois as passagens aéreas são mais baratas, o clima é agradável, além do espanhol ser a segunda língua mais falada. Eles atendem em português, espanhol e inglês, cobrem os preços das duas empresas supracitadas e, caso não disponham de algum produto solicitado (fora do catálogo/site), se comprometem a cotar e disponibilizar o produto (em caso de compra confirmada) em no máximo dois dias.

A grande desvantagem na compra diretamente do (ou no) exterior reside na burocracia e dificuldades em casos de trocas e cumprimento da garantia. A garantia para trocas é local e o equipamento terá de ser enviado ao lojista a um custo proibitivo. Em casos de defeitos de fabricação, a garantia é dada pelo fabricante dos produtos, que apesar de ser mundial, não raras vezes esbarra na má vontade e nas dificuldades que as assistências técnicas autorizadas locais impõem, exigindo nota fiscal brasileira. Apesar de ser muito raro que problemas aconteçam em menos de um ano de uso dos equipamentos, esse fator deve ser considerado na escolha de onde comprar.

De olho na estabilidade dos preços de lentes e acessórios, algumas empresas nacionais como a Angel Foto (www.angelfoto.com.br), Portal do Fotógrafo (www.portaldofotografo) e Foto Global (www.fotoglobal.com.br) disponibilizam equipamentos usados – principalmente acessórios – que inclusive podem ser parcelados no cartão de crédito e despachados pelos Correios. O usado aqui tem preço de novo lá fora, mas, estando em perfeitas condições de uso, pode ser vantajoso adquiri-los aqui, principalmente se o profissional tem pressa em recebê-los.


"Esta matéria foi originalmente publicada na revista Photos & Imagens #83"

O significado das siglas das suas objetivas

Achei este artigo muito legal, enviado por Hugo Guilherme no site "Fotografe um Ideia".






Assim como os avanços nos corpos das câmeras, as objetivas também passaram por grandes melhorias e ajustes finos, cada vez mais equipadas com tecnologias de ponta nas partes móveis eótica.

Além de todas as considerações que envolvem a escolha do range ideal para as suas necessidades, muitos benefícios podem vir agregados para aumentar a qualidade e facilidade para as suas capturas, bastando apenas que se tenha em mente as reais necessidades dessas tecnologias. Apesar de muito similares, cada fabricante nomeia e abrevia de uma forma. Segue abaixo uma lista com significados breves das siglas usadas pelos principais fabricantes.



AF - Motor autofoco convencional.
AF-S - Motor autofoco mais rápido e silencioso que o convencional.
AI - Controle da abertura pela câmera.
AI-S - Lentes avançadas, que transmitem mais de informações que as AI.
ASP - Lentes superiores com elementos de correção às aberrações esféricas.
CRC - Qualidade superior em focagens longas e curtas.
D - Transmitem informações sobre a distância do assunto.
DC - Controle de desfoque.
DX - Projetadas para corpos usando sensores com fator de corte (crop).
ED - Elementos superiores, com maiores ganhos em nitidez e cor. Linha profissional.
FX - Projetadas para corpos full-frame.
IF - Movimentação interna de foco, não altera-se o tamanho da lente ao focar.
G - Controle da abertura pela câmera e transmissão da distância.
M/A - Mudança de foco automático para manual ao girar o anel de foco.
PC - Controle de perspectiva, ideal para fotos de arquitetura (tilt-shift).
RF - Foco rápido e suave, apenas o grupo ótico traseiro se move para focar.
VR - Mecanismo de estabilização de imagem.





DO - Lentes com elementos de correção às aberrações esféricas.
EF - Projetadas para corpos com sensor full-frame.
EF-S - Projetadas para corpos usando sensores com fator de corte (crop).
FD - Objetivas totalmente manuais.
IS - Mecanismo de estabilização de imagem.
L - Elementos superiores, com maiores ganhos em nitidez e cor. Linha profissional.
TS-E - Controle de perspectiva, ideal para fotos de arquitetura (tilt-shift).
UD - Lentes superiores com elementos de correção às aberrações esféricas.
USM - Motor autofoco mais rápido e silencioso que o convencional.





ASP - Lentes com menos elementos óticos, aumentando a performance e nitidez.
APO - Lentes superiores com elementos de baixa dispersão, reduzindo as aberrações cromáticas e esféricas.
DC - Projetadas para corpos usando sensores com fator de corte (crop).
DG - Projetadas para corpos digitais, mas podem ser utilizadas nas analógicas.
DF - Movimentação interna de foco, não se altera o tamanho da lente ao focar.
DL - Linha de luxo, acabamentos superiores.
EX - Elementos superiores, com maiores ganhos em nitidez e cor. Linha profissional.
FS - Sistema de foco flutuante, move vários grupos para estabelecer o foco.
HSM - Motor autofoco mais rápido e silencioso que o convencional.
IF/RF - Foco rápido e suave, apenas o grupo ótico traseiro se move para focar.
OS - Mecanismo de estabilização de imagem.
UC - As versões mais compactas da linha de fabricação.





AF - Motor autofoco convencional.
ASL - Lentes com menos elementos óticos, aumentando a performance e nitidez.
A/M - Com seletor de foco manual e automático.
BIM - Motor autofoco mais rápido e silencioso que o convencional.
DI - Projetadas para corpos com sensor full-frame.
DI-II - Projetadas para corpos usando sensores com fator de corte (crop).
IF - Movimentação interna de foco, não altera-se o tamanho da lente ao focar.
LD - Lentes superiores com elementos de baixa dispersão, reduzindo as aberrações cromáticas e esféricas.
SP - Elementos superiores, com maiores ganhos em nitidez e cor. Linha profissional.
VC - Mecanismo de estabilização de imagem.
XR - Projetada com elementos de baixa refração, deixando-a mais leve e com melhor peformance.
ZL - Trava da lente.

Foto do topo:
BurgTender
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Artigo de:

Hugo Guilherme | @hugoguilherme
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